O que esperar de uma obra autoral que trata da proposta de resolução de um quebra-cabeça? E se esse quebra-cabeça for social? E se as autoras e autores forem estudantes da graduação de uma universidade pública e de um programa de extensão chamado Cursinho Pré-Universitário Ferradura? Certamente, a lembrança de um jogo que exige um raciocínio lógico que se sobrepõe à força física, ao contrário da maioria dos jogos, aumenta as expectativas e representa – em parte - a alegria de prefaciar essa obra. Os outros motivos que animam a apreciação dessa leitura passam pelo desafio da interpretação da dimensão social na contemporaneidade carregada de uma complexidade visível, em parte, em cada detalhe dos nossos cotidianos. Desse modo, essa publicação se reveste ainda de maior relevância pelos desafios do tempo e espaço presentes: o conjunto de autoras e autores precisaria utilizar os conhecimentos científicos – raciocínios lógicos – decorrentes das teorias clássicas dos séculos XVIII e XIX para dialogar com os temas desta segunda década do século XXI. Nascidos no final do século XX e início deste XXI, esses poetas, poetisas, escritores e artistas se apropriaram de conhecimentos nesse espaço e tempo na universidade e sinalizaram que a teoria não abarca tamanha complexidade: mais que pensar sobre tudo isso, há um forte sentimento que perpassa a interpretação desse ‘mundo vivido’.

Márcia Lopes Reis